Síndrome de Poliana


É verdade que pra viver é preciso debochar e que existem pessoas, quase teletransportadas do céu, que têm resistência maior ao mal humor e à intolerância. Mas, eu confesso uma certa antipatia (e receio) de quem está contaminado pela “síndrome de Poliana” acompanhada do “jogo do contente”.

Quando o Frejat disse que “rir de tudo é desespero” eu imaginava que ele estivesse falando apenas de uma euforia desmedida, sem atinar que o riso permanente diante de “todas” as situações também é desesperador.

Para a psicologia, o “sempre feliz” revela sua incapacidade de entrar em contato com a dor, impedindo o desenvolvimento maduro, que necessariamente acontece depois de uma fase depressiva (leia-se: fase necessária para elaborar os diversos lutos pelos quais passamos na vida).

Eu desconfio de quem está sempre positivo, motivado e resiliente. Pra mim, estas atitudes podem disfarçar acomodação e preguiça de ser gente; e a benevolência ao próximo, pregada pela filosofia polianística, pode limitar-se apenas a servir quem a pratica.

2 comentários:

  1. Olha, Lívia, venho lendo seus textos há um tempo, já me identifiquei e comovi com vários. Mas agora você passou dos limites. É isso! É exatamente isso!
    Se há uma lista de coisas que me deixam "cansada" de alguém, a Síndrome de Poliana está nas top 3!
    Muito bom!
    Bjs

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  2. querida, saudadesss de bons papos!

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