Escolhendo a lupa

Tenho percebido, com a contribuição da idade e de novas experiências, que comprometimento e competência não garantem o sucesso dos nossos empreendimentos. Tenho aprendido também que o “não sucesso” não significa incompetência; além do que, ele não descredibiliza um trabalho bem feito.

Tenho confirmado, na prática, que é possível que as pessoas nos reconheçam não apenas pelos resultados alcançados. É possível integrar lugares em que o outro valorize especialmente o que você é, levando em conta o contexto, muitas vezes adverso, para analisar desempenho e postura.

Naturalmente, estou sendo liberta de um exagero crônico. É como se eu estivesse começando a identificar exatamente qual lupa usar para cada ocasião. Com isso, tenho causado menos danos, especialmente a mim mesma, e dosado as consequências (boas e ruins) do perfeccionismo. 

Somatizações à parte, hoje importa que antes da autocrítica ou da autossabotagem, eu escolho analisar o todo. Eu demoro um pouco mais pra escolher qual lente usar para enxergar melhor determinada situação. Assim, eu preservo quem eu sou e o que eu faço das inverdades contadas por um sistema falível, antes acreditadas por minha desmedida exigência interna.

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